sábado, 13 de junho de 2009

Democracia, realidade ou utopia?

Eu, formado em Direito. Meu amigo, formando em Sociologia.
Várias Heineken vazias, e o papo vai pra onde?
Exato. Pra política.
Mas porque não falar de mulheres?
Porque política a gente pode, um dia, conseguir entender.
Mulheres não se precisa entender. Precisa dar ordens, e elas obedecem.
É assim que funciona.
Ah, ambos estamos solteiros. Não entendo porquê!
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Bueno, comentei com esse meu amigo que eu achava (e ainda acho) que a democracia é uma idéia utópica. Uma ótima idéia, seria um sistema realmente muito bom...se funcionasse. Mas não é o caso.
Não estou falando aqui de corrupção por parte de partidos, candidatos ou eleitos. Não falo aqui da corrupção inerente em todos os grupos humanos. Sim, temos que admitir que corrupção é uma característica intrinsecamente humana, e presente, infelizmente em todos os grupos de nossa raça. Pode se manifestar na forma de egoismo, egocentrismo, indiferença, nepotismo, preferências, etc. Nem sempre se manifestam em todos os momentos, mas inevitavelmente se manifestam. O problema não é evitar isso, mas contornar essa falha e tentar atingir um fim mutuamente benefico apesar dessa falha humana.
Mas não, não é da corrupção que estou falando. Afinal, ela se apresenta, mais gravosamente, após o processo democrático ter se finalizado.
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O que eu quero apontar aqui, é a falha que vejo no processo democrático em si. Mas tenho que frisar que não falo apenas do processo democrático para decisões político-administrativas. Não falo apenas de eleições, mas falo de quaisquer decisões em que o povo “em massa” venha a tomar.
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Afinal, o que é democracia? É um sistema, herdado da Grécia antiga, em que a população participa da tomada de deciões que afetam sua estrutura administrativa ou social. Isso compreendia desde decisões políticas até “julgamentos por júri” de pessoas acusadas de crimes. A participação era voluntária, mas os votos tinham igual peso. Todos eram iguais.
Ahá, uma idéia-chave fundamental pra estrutura da democracia: igualdade.
Igualdade é um princípio defendido pela nossa Constituição Federal. Mas será realidade?
O que é igualdade? Seria o mesmo tratamento entre todas as pessoas, devido sua equiparação educacional, econômica, ideológica...ou seja, todos os membros de uma população estando num mesmo patamar. Ou seria diferente? Seria valorar do mesmo modo a palavra e o voto de pessoas que se encontrem em situações desiguais de educação, valores e posses? Se fosse a primeira opção, não seria algo impossível? Toda a população ter educação privilegiada e a economia da nação ser devidamente repartida? Se fosse a última opção, seria justo? Pessoas de diferentes níveis de instrução sendo colocadas no mesmo patamar social seria correto?
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Democracia, igualdade, justiça...educação, valores.
Muito complexo.
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Apontei pro meu amigo, dois principais pontos problemáticos na discussão de democracia: instrução e cultura.
Na minha discussão com meu amigo, pegamos nosso país como exemplo base pro debate.
Brasil, um país jovem, enorme em território, com milhares e milhares de pessoas...serve como um bom exemplo.
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1º) Cultura: a cultura do ser humano serve de base pra toda a formação de seus valores, caráter e tomada de decisões (em qualquer nível). Sua cultura determina os conceitos de certo, errado, feio, bonito, justo, injusto, tolerável, sacrificável, necessário, imprescindível, fútil, etc. Mas de onde advém esse pacote cultural? Bem, no caso de nosso país, podemos afirmar que esse pacote veio de muitos lugares.
Nosso país é jovem, e foi colinizado por muitos outros países: Portugal, Espanha, Itália, Alemanha...temos também chineses, japoneses, ucranianos, israelenses, ingleses, de muitos países africanos (afinal, a escravidão teve seus reflexos culturais). Somos filhos de uma imensidão e uma multiplicidade de outras nações.
Cada uma dessas nações, ao vir para cá, trouxe seu pacote cultural: seus impérios, políticas, estruturas sociais, suas religiões (muito importante! Afinal, religiões definem certo e errado, tabus e normas comportamentais, além de hierarquia social) e outros aspectos.
Agora, imagine um único país, enorme que seja, com essa infinidade de pacotes culturais crescendo em seu território. Agora imagine que os membros dessas sociedades distintas se encontre, socializem, interajam...se mesclem, dando nascimento a outras culturas, mais novas e distintas, em certo nível. Imagine que cada cultura tem uma cor. Imagine essa mescla multicolorida. É interessante, mas um tanto difícil de administrar. Além de problemas de administrar todas essas diferenças, imagine como é complicado para a própria sociedade entender as diferenças culturais e valorativas de seus vizinhos dentro do mesmo país.
Agora imagine o dia de hoje, com comunicações instantâneas quebrando as barreiras da distância. Imagine que a cada instante, informações são trocadas, aprende-se e ensina-se algo novo. Culturas entram em choque (não necessariamente um conflito, mas um contato) e se mesclam a cada instante.
Nem um camaleão ou um polvo são capazes de se camuflar de modo a se tornar algo uno dentro desse prisma mosaico.
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2º) Instrução: eu acredito que para tomar uma decisão mais acertada (não necessariamente 100% correta, mas ao menos com um resultado benéfico), uma pessoa deve ter conhecimento básico (ou, em certos casos, aprofundado) sobre a situação, seus elementos, consequencias... Um voto, uma opinião decisiva ou que auxilie no processo de decisão, tem um peso significante. Ou, ao menos, deveria ter. Convenhamos, nossa nação (e a maioria das demais) não proporciona um sistema educacional forte ou suficiente. A exemplo do voto eleitoral, como um cidadão médio (não o “homem médio” do Direito Penal, digo o cidadão comum, humilde, com instrução mediana) pode votar com exatidão e certeza num candidato apropriado? Para isso, deveria ele ter grandes noções de economia, política, Direito (constitucional e administrativo, basicamente), conhecer a estrutura da sua sociedade, e outras coisas mais. Poucas pessoas sabem (ou se preocupam) com o estado em que se encontra o seu município, quanto mais seu país. Não menciono aqui a estrutura e hierarquia complexa e multifacetada da economia e politica ou do arsenal legislativo que corre em nosso país. Não. Falo de conceitos básicos e conhecimento de organização da máquina administrativa. Conhecimento esse que as pessoas, em geral, não possuem.
Então, o que faz com que o eleitor (no exemplo do volto eleitoral) escolha um candidato em específico dentre os demais? Bem, em geral, um certo carisma. A figura do candidato atrai, tem uma simpatia e, algumas vezes, até mesmo suas idéias e princípios coincidem com as do eleitor. Mas é raro uma análise mais profunda do que isso: a da imagem, do marketing.
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Portanto, tendo essas idéias-base (agora não sei mais se tem traço separador ou não! Obrigado pela nova lei de ortografia, seus meliantes legislativos!) em vista, pode-se dizer que todos são iguais ao votar? Uma pessoa com mais instrução terá mais consciência do quadro geral da situação, saberá avaliar melhor o candidato, e poderá, quem sabe, tentar um prognóstico das possibilidades.
Mas não apenas através da instrução convencional (escolaridade) uma pessoa pode obter conhecimentos necessários pra fazer seu voto (ou decisão qualquer) valer. Também existe a pesquisa individual, o indivíduo pode estudar, pesquisar, tentar compreender aquilo que acontece a sua volta, tentar compreender seu mundo para poder participar dele de forma mais correta. Mas quantos fazem isso? Conheço poucos. Muitas das pessoas com escolaridade que conheço não se interessam por esses assuntos. Muitos julgam politica, economia e Direito (e assuntos paralelos) chatos e enfadonhos. Muito bem, talvez sejam. Mas acredito que conhecimentos básicos são necessários. Afinal, vivemos e morreremos aqui. E as gerações futuras colheram os frutos de nossas decisões. Será essa mensagem que queremos passar? De preguiça e conformismo?
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Mas, voltando ao assunto principal, pode-se dizer que, em um processo democrático, o voto de uma pessoa ignorante (não de forma pejorativa, mas que desconheça os conceitos e sistemas anteriormente referidos) tenha o mesmo peso e valor que o voto de uma pessoa bem instruída e realmente interessada?
Tendo em vista essa disparidade de instrução, a Constituição veio com o princípio da igualdade, ou seja, tem sim o mesmo peso o voto de uma pessoa simples e o da pessoa instruída.
Agora, analise bem. Pense nas consequencias dessas decisões (que serão atingidas através da contagem desses votos) e em tudo o que isso acarretará. Responda: é justo? É correto?
A grande maioria do povo desse país (reafirmo que qualquer outro país poderia ter sido usado como exemplo, mas no nosso, as diferenças são mais marcantes) é mal instruída, ignorante e desinteressada. Concordo que, devido à nossa economia e problemas estruturais, a educação é um problema antigo e constante. Mas existe também o desinteresse. E esse problema é pessoal, e ainda mais grave que o de falta de educação.
Sim, educação privilegiada é coisa de poucos, da classe chamada por muitos de “elite” . Contudo, vejo que o “privilegio” do interesse também é coisa de poucos. Isso é grave. E é o pior problema do sistema democrático.
Falta de interesse em compreender o mundo à nossa volta deve ser a pior crise do processo democrático, pois mostra total desvalorização do voto por parte da própria pessoa, e total desprezo das consequencias de suas decisões. O mínimo de interesse de um individuo em procurar compreender os conceitos báscicos dos sistemas, já geraria uma grande melhoria na tomada de decisões.
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Agora vejamos pelo prisma cultural. Tendo os votos o mesmo peso, valor e relevância, e sendo eles conscientes, resta um problema (alguns não vêem isso como problema, apenas como ponto de conflito): o fundamento subjetivo. Toda a vivênciad e uma pessoa é baseada em suas idéias subjetivas: seus valores e conceitos intimos morais.
Anteriormente eu falei das culturas e choques valorativos nos povos. Agora levemos isso para o campo de tomada de decisões, e logo teremos uma frase que escuto frequentemente após os resultados de cada eleição: “só porque fulanos votaram neessa pessoa eu tenho que aguentar isso?”. Ou seja, um grupo de individuos (de ideias e valores culturais similares) toma uma decisão X, e por serem em maior número, derrotam os demais lados, que possuem valores diversos. Uma vez alcançando essa vitória, o grupo X subjuga, por assim dizer, os demais grupos sob seus valores e conceitos.
Então, a maioria faz o correto? A regra é, simplesmente, um fator numérico? A democracia se faz por pesagem de votos? Sim, democracia significa a vitória dos mais numerosos. “A união faz a força”. Mas, dado o que se foi apontado até aqui, não seria uma maioria mal informada e facilmente iludida? E, dentro desse quadro de valores conflitantes, seria correto subjugar os perdedores (que, pela CF, pode ser “50% -1”, ou seja, uma minoria apenas numérica) aos valores de seus oponentes? Então, valores, ideais e morais são suprimidos de 4 em 4 anos. E diz-se o que aos perdedores? Que devem tolerar isso, pois é o processo democrático?
Sim, é o que se diz.
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Não quero dizer que ao sistema democrático está em crise.
A idéia de democracia é boa, muito boa. Mas não está sendo valorizada nem posta em funcionamento corretamente.
Enquanto se tiver um povo mal instruído e conformista, o voto será ilusório e mal fundamentado.
Enquanto o individuo não se der o trabalho de olhar à sua volta e perceber que seus vizinhos não são iguais a ele, as diferenças e nuances, por mais tênues que sejam, jamais serão percebidos. Diferençs de conceitos básicos (certo, errado, justo, injusto, etc) que incluem, inclusive, o que se pode tolerar e/ou sacrificar em busca de um bem maior. Existe um pouco de egoísmo em cada um que diz: “o meu lado é melhor e mais correto”. Olhamos pra nosso próprio umbigo, por vezes demais. Esquecemos que outras pessoas existem, com sentimentos, esperanças e angústias também. Vulneráveis como nós. E, como nós, dependentes desses sistema democrático, que está em nossas mãos!
Cada voto, tomada de decisões, gera muitas consequencias. É impossivel prevê-las todas, mas deve-se estudar a situação antes de participarmos desse processo.
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Outros tópicos que deixei de fora, e meu amigo fez questão de salientar: sistemas totalitários (tomada de decisões nas mãos dos poucos privilegiados ou de uma única pessoa), reforma democrática, participação popular no sistema de governo e na sociedade (ongs, sindicatos, petições, etc.)
Não falei de tudo aqui, até para não esgotar o assunto.
Não quis dar uma aula, apenas compartilhei, brevemente, meu ponto de vista.
Espero que ninguém se ofenda (afinal, não foi esse meu intuito, nem de longe!) e que participem opinando.
Afinal, isso toca a todos nós.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Linhas tênues

O que eu quero demonstrar aqui é como as coisas andam hoje em dia. Pessoas se conehcem em festas, bares, rola alguma coisa legal, mas sem nenhuma aproximação, sem troca de nada. E uma das partes pode ter tamanho desapego pela outra, ou não querer nada com nada ou ser totalmente seca, que opta por ignorar totalmente oq a outra pessoa pensa ou sente.
Bueno, vamulá.
Fulano conhece Fulana num bar, numa festa. Falam pouco, dançam muito. Ela se insinua, se esfrega, se entrega. Ele percebe os sinais, os aceita e faz sua parte (leiam o post sobre rituais que fica mais explicito).
Se beijam, se tocam, se apertam...a camisa dele some de repente e ela morde o peito dele, enquanto as mão deles tocam praticamente tudo dela.
Tudo isso no escuro do bar, onee ninguém “vê” (todos vêem, mas tão se lixando..tão lá pra isso ou só pra curtir e aceitam que isso ocorre no local. É um acordo tácito).
Falam pouco, muito pouco. Quase nenhuma troca de informação além do primeiro nome e números de celulares.
Trocam mensagens, marcam de se encontrarem e repetem a dose.
Mas nenhuma troca ainda, nada de aproximação que não seja física.
Interessante? Sim. Gostoso? Sim. Frutifero? Hm, não.
Ela some. Do nada. Evapora. Não atende ligação, nem responde mensagem.
Ele acha estranho, mas aceita. Afinal, apenas tinham ficado e nenhuma promessa havia sido feita. Faz parte do jogo.
Posteriormente, pela Beutrana, ele sabe que ela teve um passado dificil, complicado e triste. Sendo assombrada até hoje pelo fantasma de um relaciomento desastroso, ela se fecha frequentemente nessas situações. Se apavora e some sem deixar vestigios.
Semanas se passam (e não são poucas), ela dá sinal de vida: um timido e pacato cumprimento e um comentário sobre a rotina. Ele, civilizadamente, responde. Em seguida ela, de forma um tanto desastrosa e muito sem noção, o convida para ir a um motel.
Assim mesmo. Seco. Do nada. Na grossura mesmo.
Ele, já não tão civilizadamente (por ter sido ignorado tempos antes e esquecido por mais de mês, sentindo-se ofendido pelo modo de abordagem) manda-a longe (pra não dizer pior).
Ela diz que “tudo bem” (embora não se desculpe de nada, e aparentemente nem se importe) e some denovo. Dessa vez, ele espera, definitivamente.

Então, oq dá pra tirar daqui? Algumas coisas.
1º) Realmente não dá pra entrar em um relacionamento novo, mesmo que simples e sem compromisso, se tu não tá com a cabeça livre dos teus fantasmas.
2º) A vida segue adiante. E tu tb deve. Fantasmas te assombram se tu permitir. Sim, algumas coisas dóem, e muito. Mas remoer o passado e cutucar feridas só piora. A vida é longa e curta. Curta pra ficar sofrendo e londa pra ser aproveitada. Mas, se tu for burro, consegue inverter essa equação. Daí fode. Só que tu não goza.
3º) A pessoa de agora, não é a pessoa de antes. A pessoa em carne e osso na tua frente não é o fantasma do passado. Conheça essa pessoa, fale com ela, toque-a, escute-a, saiba suas opiniões. Isso vai te ajudar a diferenciá-la de seu poltergeist. Não descarregue nessa pessoa a raiva, dor e dúvida que tu tens quanto ao teu fantasma.
4º) É bom a gente saber sentir mais as coisas que não são ditas. Se não há trocas de informações por um certo tempo, se não rola algo além da ficada fisica, realmente não há futuro. Muito do que a pessoa quer permanece no não-dito. As pessoas só expoem e SE expoem querem algo mais. Se elas se mantem reservadas e quietas, é pq estão mostrando exatamente aquilo que tu vai ganhar: pouco, quase nada. Não eleve expectativas, meça as coisas. E não exponha nada além do necessário, nesse caso.
5º) O “closure”. Se é namoro, ficada, pegação...tudo isso cria um laço, por mais tênue que seja. Mesmo assim, alguma coisa deve ser dita pra que ocorra um término real e definitivo entre as pessoas. Simplesmente sumir e ignorar não é término. Realmente termina a relação, mas não da forma correta. E pode acarretar de criar sentimentos e idéias nada agradáveis.
6º) Mensagens do tipo “venha me comer” são traiçoeiras. Funcionam otimamente entre um casal de marido-mulher, namorados, noivos...pra esses que já tem intimidade. Daí sim, são necessárias poucas ou nenhum palavra pra criar o “clima” (armar a barraca, molhar a fechadura...sacou ou preciso deixar mais explicito?). Afinal, já existe intimidade e tesão reconhecido e mutuamente sabido entre as pessoas. Agora, mandar isso pra um total desconhecido após uma longa e estranha ausência é, no minimo dos minimos, uma grosseria. Não existe tesão, nem clima, nem a menor possibilidadede que algo desse tipo ocorra. Além disso, é muito ofensivo. O que ela acha que ele é? Um tele-pau? (Entediada? Encalhada? Na seca? Ligue já! 0800-COMA-ME).

Esses dias eu tava falando com uma amiga minha, muito querida, justamente sobre relacionamentos (ando falando muito sobre isso com as pessoas, e as mulheres parecem confiar em mim o bastante para render longas e produtivas conversas sobre o assunto). Vimos que a base fundamental de QUALQUER relacionamento (vizinhos, amigos, ficantes, namorados, etc) é o respeito. Nem amor, mas respeito mesmo. Afinal, como tu vai amar se tu não respeita? Seria um paradoxo realmente impossível.
Tem que haver respeito entre as pessoas, consideração em algum nivel, por menor que seja. Deixar-se levar pelo mero tesão ou conveniência não leva à nada, só gera complicação no momento ou depois. Temos que dar relevância ao que a pessoa sente e pensa. Nem sempre existe tesão ou interesse mutuo.
E daí o que acontece? Se quebra a cara, se cria confusão, se provoca uma situação desagradável e desnecessária.
Se existe interesse por uma das partes, que ela invista, mas do modo correto. Pode-se tentar criar uma situação pra verificar o interesse que a outra pessoa sente, ou criar um clima que pode gerar algo. Mas simplesmente olhar pra pessoa e praticamente exigir que ela corresponda à uma vontade momentânea e volátil, além de catastrófico, é ofensivo.
Com isso, tu agride os sentimentos e moral da pessoa, e suja a tua imagem.

Então, pra finalizar: pensem na outra pessoa; sintam sua textura, seu cheiro, seu tesao, seu interesse e vontades; escute-a; conheça-a dentre todas as demais...à partir dai pode-se ver oq tu querer com ela.
As pessoas não são cartas num jogo de baralho, não as descarte, pois elas não voltam. Somos todos iguais no fim do jogo, se não queres ser descartado, não o faça com os outros.
Todos sentimos, pensamos, almejamos e detestamos. Tem o famoso ditado “o que vai, volta”. Pois é, pode voltar na tua cara.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Vamos ser amigos?

Nem todo namoro é lá muito bom, mas também não quer dizer que seja um inferno.
Eu costumo dizer que “a chama eterna do amor perpétuo” às vezes se apaga. É, acontece muito hoje em dia. Mas nem sempre quer dizer que tudo se apague e tudo se esqueça.
Ela pode ser gata (e até bem gostosa), rolar um sexo bom, beijos legais, a companhia é agradável...mas a conversa não evolui, vocês não evoluem, o “tcham” não está mais lá.
E, pra ser sincero, pode aparecer outra pessoa na vida de ambos que chame mais a atenção. Não é culpa de ninguém, vocês não foram feitos um para o outro.
É pena, mas acontece.
Mas o que fazer? Dispensar ela assim no mais? Esquecer o rolo ou namoro que tiveram e todas as coisas boas? Sim, pois não é porque está acabando que não houveram coisas boas, seria hipocrisia dizer isso. Tirar essa pessoa da vida e esquecê-la?
Virou normal agora iniciarmos a vida de relacionamentos cada vez mais cedo, cada vez em idade mais baixa. E também e´normal praticamente colecionarmos relacionamentos.
Como diria Beackman: “FATO!”
Então, relacionamentos começam e terminam muito rapido, varias vezes, com muitas pessoas, enfim...não é o fim do mundo (embora pra algumas pessoas possa até parecer). Então, o que fazer? Tu não odeia a guria, até gosta dela, só não dá pra namorar ou ficar mais. O sorriso dela te cativa, o carinho também, a companhia dela é legal...então “vamos ser amigos?”
Alguns usam isso pra suavizar a dor na hora do término, pra evitar que ela chore muito ou faça escândalo ou fique te perseguindo. Dai continuam falando com ela por uma ou duas semanas, depois levantam as muralhas: não liga mais, nao manda sms, tira do orkut, msn, facebook, myspace...DELETA a guria da vida e não deixa mais traços de sua existência.
Já outros são sinceros, realmente querem uma boa amizade, independentemente de avida intima não ter dado certo. Preferem ignorar isso e continuam gostando dela. E porque não uma boa amizade pra vida toda? Todo mundo gosta disso.
Primeiro ela pdoe relutar, ficar meio estranha...mas, no fim, a amizade rola e fica tudo legal. Tu ainda vê o sorriso dela e o papo sempre é bom. Festas, conversas, passeios, msn. Tudo certo e tudo tranquilo.
Mas não seria o MEU blog se terminasse desse jeito ou fosse sempre assim, né?
Não, claro que não.
Pode dar muita coisa errada. Pode dar muita merda!
Primeiro, tu pode tentar dar uma de esperto pensando “fui eu que terminei, mas ela ainda gosta de mim. Ela é bem gostosinha, então devez em quando dá pra ‘papar’ ela na boa. Ela também vai gostar.” Bem, isso é um belo erro (na maioria das vezes), porque mulheres não são tele-vaginas. Não é simplesmente assim: estou com tesão, vou ligar pra ela. Não funciona assim. Ao menos não deveria, mas conheço gente que topa.
Pode acontecer também de vocês virarem amigos e ela não se desligar da intimidade: chega na tua casa falando algo, se metendo no teu quarto, alugando tua familia, abrindo o refrigerador sem pedir...se sentindo em casa. E ainda te abraça e te beija em público do jeito que só namorada pode (quando não tenta fazer outras coisas mais). Essa daí não conseguiu se desligar de ti, fica dando mole, se arrastando e se esfregando...fudendo total com o teu xaveco e cantada com a gatinha que tu tava interessado, faz de tudo. Já vi disso também. É um saco. O jeito que eu recomendava era ser curto e grosso e, se preciso for, cortar relação total. Sabe porque? Porque tu não parece solteiro, mas um viúvo sendo assombrado pelo fantasma da eXposa. Isso acaba com a tua vida social, sexual e com a tua paciência. Exige atitudes mais firmes se uma conversa não adiantar. Só não desce porrada na guria, não foi isso que eu quis dizer. (ainda...)
Tem aquela que aceita a amizade, mas tu percebe que ela ficou meio azeda, mas ainda assim ela te visita sem tu convidar, ou visita a tua familia quando tu não tá, e quando chega na tua casa, aquilo vira a casa DELA, e ela manda em tudo e todos. Sobram palpites, revirando olhos, palavras curtas e diretas...um recalque só. Pra essa daí eu sugiro um balde de vinagre na cabeça. Não dizem que é bom lavar cebola no vinagre pra tirar toda aquela catinga que te faz chorar e te arde a boca? Pois é. Mesma coisa.
Existe claro, também, a possibilidade de dar tudo errado na hora! Tu diz que prefere ser só amigo dela, e ela arma O escândalo. Coisa de dar inveja na Globo e na Record. A respiração dela oscila entre ZERO e 300 por segundo, arfando que nem um dinossauro morimbundo ou um combatente da 2ª Guerra pulando nas trincheiras. Os olhos se arregalam tanto que eclipsam o sol e a lua. As púpilas se dilatam tanto que tu vê o cérebro da guria. Ou ela fica branca estilo Papel da HP (que é muito bom pra imprimir fotos, bem branquinho e liso) ou vermelha que nem o sangue de Satã. Tu percebe que a temperatura ambiente aumentou os amenos 25ºC pra “Tu te fudeu Celsius”. As palavras vem ...aliás, não vem, ela vomita as palavras, numa ondade fúria ou desespero ou AMBOS! Lágrimas e saliva se chocam contra teu rosto enquanto ela pronuncia impropérios de alguam língua já esquecida desde a época da Suméria (provavelmente ela tá fazendo summon de algum demônio adormecido pra entortar teu pau, secar tuas bolas, murchar tua barriga de tanquinho, sei lá...nessa hora elas mostram criatividade e iniciativa). Ela ou implora pra tu não terminar, pq te ama e as coisas vão melhorar, ou...bem...tu vai ouvir muita merda, mano, mas pelo menos, depois dos 90min de sofrimento auricular, tu não vai ela mesmo (os efeitos são desagradáveis, mas relativamente breves).
São esses momentos que inspiram novelas.
E guerras. Eu acho que algum tiozinho (ou tiazinha) disse pro Hitler: “vamos ser só amigos?”..daí o cara ficou puto. E o resto é história.
Terminar um relacionamento, geralmente não e´fácil. Não digo só a dor que tu sente antes, que te motiva a terminar. Nem na dor e solidão que tu sente depois. Mas o fato em si, o evento. Seja em pessoa, carta, telefone...já vi gente terminando por msn e até scrap de orkut. Raramente é algo consensual e pacífico. Geralmente rende muita dor de cabeça...e de ouvidos...e dependendo, na cara e no saco também.
Mas precisa ser feito. Muitas vezes agente tenta se enganar, pensando que as coisas vão melhorar e tal. Mas não, é mentira. As coisas não melhoram se as pessoas não se esforçam. E se tu não te esforçar, tu acha que ela vai? E também tem aquele sentimento de terminar algo depois de ficarem tanto tempo juntos: “pô, jogar todo esse tempo fora?”. Também é um erro. A vida é curta, e tanto tu quanto ela merecem ser felizes (acredito eu), mesmo que não seja um com o outro (e provavelmente não será).
Entao, faça como o carinha veterinário nas corridas de cavalo. Viu que o cavalo caiu feio, quebrou a perna e nunca mais vai andar? Sacrifica.
Mas eu falei em matar o relacionamento. Não vai me dar uma injeção na guria e causar uma embolia pra matar ela. Nem um tiro. Nem nada! Conversa, tenta ser só amigo. Vê o que rola.
Senão, foda-se, deleta do orkut e do msn!
Ah, as gurias que leram o post podem trocar “ele” por “ela” e o inverso, tá. Não escrevo só pros caras. Podem trocar as bolas ai que eu sei que o inverso acontece igual.
Se não pior!
Já viu muito nego véio se rebaixando e chorando pra ter ela de volta. Mendigando por um beijo ou algo mais. Se sentindo só ,carente e miseravel só pq o namoro ou ficada terminou. E os caras andam me envergonhando. Andam se comportando muito mal. Às vezes até pior que as escandalosas de novelas.
Tá feia a coisa. Pra ambos os lados.
E tudo que eu escrevi aqui eu vi acontecer em primeira mão, ou tive o infortúnio de vivenciar.
Bem, na guerra e no amor vale tudo, né?
Hm, isso me deu idéia pra um futuro post...ou um conto erótico nas trincheiras, não sei ao certo.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Solteirismo e seus sintomas.

Quem aí tá solteiro (a)? Ou estava até recentemente?
Estar solteiro é um estado de perigo, né?
Tudo bem que eu já reparei no seguinte: sempre que tu está comprometido com uma guria, de repente aparecem gurias linda na rua, por todos os lados. São rostos delicados e atraentes, roupas justas, coladas nas pernas bem definidas, coxas bonitas, bundas redondinhas e peitões gostosos. Tu pede uma guria em namoro e quando tu percebe, caiu dentro de uma revista Playboy (ou Sexy, não quero favorecer nenhuma editora...ninguém me paga pra isso).
É foda. Aliás eu costumo dizer: se fosse foda seria bom, mas não é.
Aham.
Mas estar solteiro é pior.
Convenhamos, ser fiel não é difícil. É só não beijar e não transar com fulana ou beltrana...só não tirar a calça, barbada. Eu sei disso pois (os peitões) a tentação já se apresentou na minha frente MUITAS vezes...e eu me segurei. O pior de estar comprometido é a tentação. A tentação tu não pode controlar, mas tu pode TE controlar.
...exceto quando tu tá solteito.
Quando tu tá solteiro tu sofre. Por tua causa e por causa dos outros.
Começa que tu se sente dividido:
a) tu pode pegar quem tu quiser, pois está solteiro;
b) ninguém te quer, por isso tu está solteiro. E é tudo verdade.
E tem outra, tu tá com os hormônios não a mil...mas a milhão.
Um amigo meu da época de escola dizia: “Tô solteiro e com tesão! Achei um buraco, tô metendo!” – Eu JAMAIS dei as costas pra ele.
Mas tá...e aí, qual o perigo? O perigo tá nas burradas que tu provavelmente vai fazer e nas furadas que tu vai te meter.
Nah nah nah...não vem falar bobagem pra mim que tu VAI se ferrar SIM.
E aqui estão as possibilidades:
A) Sozinho: tu começa a caçar. Em tudo que é lugar: escola, facul, trabalho, bares, estágio, msn, orkut,...começa a ficar escondido na saida de consultório de ginecologista (não que eu faça disso, veja bem...). Tu toma 5 banhos por dia, compra 10L de perfume, roupas novas, trata o cabelo como se fosse teu primogênito e até coloca gravata no teu...ahn...nele. Sai impecável. Ou comete um erro grotesco e sai mais mulambento que boia-fria depois de levar porrada. Nem vai de taxi, pois tá com tanta asa que pode até voar. Dai ok, tu chega no bar, liga o radar (teu pinto parece um cão farejador) e nota:
a) só tem mina feia, não tem o que fazer, a noite tá perdida;
b) só tem mina linda, tu não sabe o que fazer, a noite tá perdida.
E invariavelmente tu vai fazer besteira. Sabe porque? Pq tu tá solteiro, nego véio. Tu não pensa com a cabeça. Tu quer comer todo o banquete, mas só trouxe garfinho de sobremesa, mermão. E de plástico ainda. Sabe aqueles bem fuleros que te dao pra comer no shopping, quebra na primeira garfada que tu dá no pudim? É isso que tu virou, mano véio. Mas, tem horas que tu dá sorte, ou azarão fenomenal. Vai que tu não é tão feio quanto o médico achou (tu mal nasceu o cara já te meteu um tapão, lembra?) , e tu consegue pegar A gata. Dai, meu véio...pode rolar qualquer coisa. Só vê se ela não é também A vagaba e tá colando uma em todos os caras que passam pela porta, né. Dai não é conquista, simplesmente chegou tua vez. Pode rolar só bjo, ficada, mão-boba, dedo-esperto, um sexo legal ou até namoro. Só espero que não role de eela te pedir o barbeador emprestado depois que tu acabar de usar, dizendo: “Empresta, fofo? Sempre me barbeio de manhã, também.”.
E pode acontecer te estar ou muito escuro ou tu estar torto de bêbado e pegar AQUELE bagulho. Mas bagulho mesmo, tchê...nem com barba a guria fica menos feia (por causa dos pêlos escondendo a cara, saca?)...ou tu tenta abraçar ela e percebe, pasmo, que teus braços estão MUITO abertos e tuas mãos não se tocam (ela requer um GRANDE abraço).
E claro, pode acontecer de tu ter sorte, de as coisas serem fáceis pra ti. Dai tu pega uma atrás da outra. Vira o herói pros teus amigos (que te odeiam em segredo), e o bandido pras gurias (que te querem em segedo).

B) Por amigos: isso não é exatamente perigoso, é um saco! Sei por experiência própria...uma experiência que se repete cada vez que fico solteiro. Todo mundo tem um (filadaputa) amigo ou, na maioria das vezes, amiga, que já está (muy bem) comprometido (a) que acha que só pq ele/ela está namorando, tu tb PRECISA estar (compartilha a desgraça, né miserável?!). Aos olhos dessa pessoa, tu é um pecador que vive na boemia, participando de orgias e mil atos carnais, bebendo ceva/vinho/champagne, fumando os melhores cigarres, pegando todas e mal fechando o ziper da calça...e se determina a te proibir de aproveitar a vida desse modo. Te ferrou! O que essa pessoa vai fazer? “Cara, eu tenho A guria pra te apresentar!” Aham, sei. Ela é tão linda e tão legal e tão gente fina e tão perfeita...que tu está namorando OUTRA guria, né? Vem cá, tu pensou na primeira amiga sotleira da tua namorada, né ô filadaputa? Então vejamos:
a) ela é baranga;
b) ela é chata;
c) ela é piranha;
d) ela é baranga e mesmo assim consegue ser piranha;
e) tu já ficou com ela;
f) teu amigo já ficou com ela;
g) outras catástrofes broxantes.
E não tem muito como dizer não. Pq secretamente ele já convidou essa guria pro mesmo lugar onde vocês estão. MUITO provavelmente essa guria já sabe do esquema. Nego véio, tu é um peixinho dourado e te pegaram com rede de pesca...e do outro lado tem uma tartaruga louca pra te papar, que seria a respectiva baranga. E PIMBA, ela chega, rola a noite e NADA de interesse, não rola nada em absoluto. Tudo bem, teu amigo/amiga (filada*&%$) tem outraS amigaS “maravilhosas” pra te apresentar...e VAI te apresentar. A não ser que tu te tranque no teu quarto e espere elas morrerem de velhas ou desencalharem antes de ti. Não tem saída, desiste. E nada de pensar na brilhante solução de dizer “Ah, mas eu acho que sou gay, sabe...”...não importa, pois ela tem O cara pra te apresentar também. Cara, relaxa...deixa rolar. Não tem escapatória.
Mas, por incrível que pareça, solteirice não dura pra sempre. Uma hora tu morde algo brilhante e chamativo, e te puxam a linha com o anzol na boca. E ao invés de se debater, tu sai sorrindo: “Tônamorandoeuamoelatotâofelizissoébomdemaisvamosficarjuntosprasempre!”. E o início é aquele grude, aquele tesão. Beijos até quando tão conversando (línguas mágicas...calma, meninas, eu ensino vocês todas), sexo 18 vezes ao dia (até quando estão se vestindo...ensino isso também), telefonemas de 5 horas (tu mal saiu pela porta da casa dela, e ainda pode ouvir a respiração dela e o girar da chave na fechadura...mas já tá ligando pra dizer: “tôcomsaudadepensandoemtiteamotantoquandoagentesevedenovo?”). Daí passam uns 6 meses, o fogo ardente da paixão infindável vai diminuindo...passa mais um tempo, surgem (os peitões) as tentações...dai, por algum motivo, dá merda, vai cada um pra um lado.
E tu tá solteiro denovo, mano véio.
E agora? Agora tu vem ler meu blog ou o Diário de Solteiro, que também é legal.
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*Esse post foi lido, revisado e aprovado por uma querida amiga que escreve nesse blog (http://www.casadamaejohana.blogspot.com/) e é colaboradora do Diário de Solteiro (http://www.diariodesolteiro.com.br/)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Eu queria saber o que aconteceu com a música!
Sério, mesmo...o que aconteceu com a arte da música?
Nâo tô falando de coisas meio bregas da época dos nosso pais mais idosos, dos avós ou de música clássica ocada só em piano, violino ou em orquestra inteira. Tu gosto de música clássica, mas não é disso que tô falando.
Eu tô falando de música, aquele som gostoso que tu OUVE e te se sentir bem. Pode ser um jaza, blues, rock, metalzão, música pra dançar, qualquer coisa...mas que tenha ritmo, harmonia, um feeling.
Tava falando uma horas com uma conhecida no twitter, e o papo caiu na vagabundice gratuita que andamos vendo por ai nas *ahem* danças. Eu achei que o “privilegio” da bagacerice fosse das brasileiras (e brasileiros, claro), mas conheci americanas e européias, e verifiquei que música “esfrega-buceta” (desculpe, mas escapa) rola por todos os lados. As americanas são piores, tem superproduções, roupas “me rasgue e me coma” ...luzes, cores, miniroupinhas, pernas de fora...na verdade quase tudo de fora...e aquelas “ danças” onde elas parecem copular com o microfone, o poste, as outras dançarinas ou qualquer coisa que esteja por perto. E os caras, ou de terno ou maltrapilhos (não existe meio-termo) geralmente impulsionando os seus *ahem* “parceiros” pra frente e pra trás num movimento fodedor frenético. Ou seja, as mulheres se oferecendo e os caras tratando elas como putas.
Serve pra fixar ainda mais a idéia de mulher-objeto. Depois elas vem exigindo tratamento igualitário, respeitoso...reclamam de homens crápulas e pegadores (que comem e jogam fora)...mas como? Se muitas delas saem na noite “vestidas” dessa forma, se comportando desse jeito...imitando videozinho ou showzinho que viu da fulana ou ciclana?
Não tô generalizando aqui. Nem toda mulher se comporta ou se veste dessa forma. Na verdade, conheço MUITAS mulheres que sao muito inteligentes e elegantes. Sabem que sensualidade tb pode ser visto no charme...e elas ficam mil vezes mais lindas que uma loirosa semi-nua se esfregando ao ritmo de “pega na minha xota”. E as mulheres assim merecem muito respeito...e admiração, até pq elas, muitas vezes, superam nós homens em muitas coisas.
Mas tb tem os caras que vao “vestidos de acordo” com o estilo musical que chamo de vulgar aqui. Geralmente não envolve muita roupa tb. Dai a gente, pessoas normais, nos sentimos estranhos e constrangidos num lugar assim: musica vulgar e gente seminua por todos os lados...como se estivessemos de farda em uma praia nudista.
Foda isso!
Aliás “foda” é realmente a palavra certa. Parece ser a única coisa que se passa na cabeça do pessoal.
Se for comparar com meu ultimo post aqui (o pessoal que se dispôs a ler), dá pra traçar um paralelo. A música e a dança desse estilo são reais rituais de acasalamento. Nem precisa falar nada nem dizer oi...é só chegar encoxando.
E outro tipo que realmente não me desce pela goela é a tal “música eletrônica”...que nem música é. RARAMENTE tem instrumento, mais raramente ainda tem vocal...são só sons de computador e sitnetizadores num “tunti-tunti-parará´´oóó” infindável e desagradável. Nesse estilo, as pessoas até se vestem melhorzinho, com mais roupas...as danças não são tão vulgares, algumas são até legais de ver...mas o intuito é o mesmo.
Sei lá se tu vai me achar antiquado, mas pra mim música não é isso.
Sim, eu curto um black metal...sim, é porradão...mas tem instrumentos, voz, letra...a música conta uma estória. “Bater cabeça” é algo ritualístico? Sim, pode ser. Mas não é vulgar...e tá todo mundo vestido.
Não me leva a mal...eu adoro ver uma mulher sexy rebolando. Mas tudo tem sua hora e tudo tem seu limite.
Discuti isso uma vez com um amigo meu. Um sociólogo (Oi, “fulano”! –não digo nomes aqui.) inteligente e apreciador de boa música. Ele me disse que essas “músicas” que surgem e esses estilos de dança, vestimenta (os EUA tem agora o “grinding”...a menina dança meio inclinada pra frente e o cara chega, literalmente, encoxando ela por trás. Se ela curte, simplesmente deixa; senão, ela se ergue e vai dançar longe. Tudo sem palavras, notaram?) e comportamento são uma mudança natural de valores e morais.
Mas eu argumentei o seguinte: uma transição ou alteração de valores e morais estipula, dentro de si, certos limites e um ”código de honra” no comportamento (certo e errado, permitido e proibido)...é o normal que se pode constatar em toda a evolução da história, em todos os aspectos possiveis de interação social. O que eu vejo aqui, e vejo muito bem pq uma galera me leva nos bares, shows, etc., é que essa mudança não trouxe valores novos, só deturpou e apagou os que existiam, e não estabelece limites, pois tudo é válido e tudo pode. É dificil até saber onde existe agressão verbal, pois certas pessoas apreciam serem chamadas de certos termos vulgares.
Ok, eu sei que eu NÃO parei no tempo, nem virei pedra, nem sou vovô e nem virei bispo! Sei que sou meio extremista em certas coisas, mas convenhamos...não é nem questão de termos chegado no limite da coisa, pois o limite virou um ponto longinquo e esquecido lááá atrás...e não tem mais ninguém guiando essa locomotiva.
Onde esse trem vai parar, vocês perguntam?
Cara, eu tô preocupado é com o que ele vai colidir! Pois SEMPRE tem um outro trem vindo na direção oposta.


Mas e a música? Onde ela fica? Não sei bem. Muita coisa mudou. Agora videos e shows coreografados tomaram conta de tudo. Tudo bem que um show bem feito enche os olhos e os sentidos...mas a música, que era a atração principal, virou coisa secundária, coadjuvante...um sonzinho de fundo. Peitos, coxas, abdomens, enormes grupos de dançarinos, luzes, explosoes e sei la mais o que...e claro, todos sao lindos. Tu não vê uma estrela musical recente sem ser gostosinha ou saradão, não é? Nem precisa cantar ou tocar bem...aliás, em geral NÃO fazem isso. É só ser bonito. Ou seja, se tu é cego, não vai ter mercado pra ti...pois tu vai querer ouvir, nao ver. E o que tu ouvir, te garanto que nao será muito agradável.
Hoje em dia, se tu diz que gosta de tal músico ou banda, alguém pode te dizer: “ah, mas tal pessoa é horrorosa. Eu escuto fulano, que é lindo.” Verdade, a artista X pode não ser bonita, mas tem talento e sentimento na sua arte. Teu fulano-saradinho é um produtinho escravizado que canta algo que ele nem sabe oq é, feito por produtores que ele nem conhece, e vende tudo com um sorriso que conquistou o consumidor fútil.
Existem casos de artistas de boa aparência e com talento? Claro que sim! Muitos até!
Porém...sabemos que isso não é a regra, não é? Assim como o McDonalds vende porcarias com uma linda imagem e muitos comerciais, a indústria da música se prostituiu gananciosamente...e muita gente come o que lhes é empurrado.
E ainda saem sorrindo.

domingo, 26 de abril de 2009

Rituais e manias...evoluímos tanto assim?

Eu abandonei esse blog em fevereiro. Eu jurava que ninguém lia, já que quase ninguém postava. Mas essas últimas semanas o pessoal anda até pedindo que eu psotasse algo novo. Gente que eu nem conhecia comentou que gostaram de ler oq eu escrevo aqui...mas lêem e não comentam. Eu achei estranho, mas...se agrada, tudo bem, eu escrevo alguma coisa.

Como o meu intuito nunca foi de falar da minha vida pessoal aqui, meus assuntos ficam meio restritos. E não posso ser muito específico, afinal, nem conheço os meus leitores e não sei seus "gostos e desgostos". Então, esse blog fica classificado como genérico: fórmula básica, mais barato e nem precisa de receita.
O problema desse meu blog sempre foi o quesito assunto. Eu não falo da minha vida particular. Acho ridiculo alguém se expôr tanto assim na internet...além de perigoso, até. Só que eu sempre achei que meus assuntos não interessavam ao pessoal que vinha aqui ler. Essas últimas semanas me disseram que eu estava errado nisso: as pessoas liam e gostavam, só não comentavam.
Bueno, daí complica. Eu não tinha como saber que isso aqui era lido e apreciado. Mas estou grato ao pessoal que se manifestou.

Bem, umas duas semanas atrás eu comprei um livro que eu li no início de 2006. Se chama "As máscaras de Deus: mitologia primitiva" do Joseph Campbell, o maior escritor do assunto que já existiu. Quem me conhece sabe que adoro essas coisas de mitologias, historia e civilizações antigas, contos fantásticos e tal. Esse cara mostra a raiz desses assuntos, e é fantástico ver a linha de evolução da mente humana ao longo de...hmm...quase 500 mil anos.

Algo muito interesse de ver foi um dos elementos que estiveram sempre presentes na nossa cultura, desde que o ser humano se encorajou a andar sobre apenas as patas traseiras: o ritual. Quando eu falo ritual, algumas pessoas pensam em um pentagrama pintado no chão, com velas negras e roxas iluminando um quarto escuro e uma menina estilo Amy Lee ajoelhada no chão, ouvindo uma bandinha podre gemer alguns versos enquanto ela choraminga alguma bobagem.
Não, filhotes, não é isso. Também não são cabeludos escutando black metal sacrificando hammsters da irmãzinha ou o gato da vizinha em honra ao maldito nome do vocalista daquela banda que eles tanto amam.
Rituais são atos sociais. E podes crer, tu também os pratica.
"Quem...eu?! Eu não!!"
Sim. Ah, tu sim!
Do mesmo jeito que as pessoas podem não perceber que o Direito está em muitos atos do seu cotidiano (sim, eu sou formado em Direito, então uso isso como exemplo), podem não perceber como suas vidas são repletas de atos ritualísticos.
E eu falo isso do modo mais amplo possível. Do mesmo modo que o simples levantar do dedo na parada de ônibus para sinalizar teu intuito de embarcar no mesmo caracteriza uma aceitação contratual tácita de prestação de serviço (tu nem sabia disso, né?), muitas coisas que tu faz teu seu próprio rito.
E por ritual, não falo apenas da hora de ir na igreja, segurar a mão do desconhecido do lado e orar a deus. Nem de todo o procedimento do casamento ou funeral. Nem de qualquer evento de quaisquer templos de quaisquer religiões que possam existir. Esses são meros exemplos de alguns dos ritos que praticamos. Mas muitas outras coisas envolvem esses ritos.
Então, que outros exemplos de nossas ações são consideradas rituais?
Bem, posso mencionar algumas das nossas “manias” preferidas (logo logo vão entender o pq de “manias”): a paquera e os esportes.
Paquera, aquele ato de “azaração” na festa, na balada ou onde for. Começa com a dança (que foi um dos primeiros atos ritualísticos da história: preparação para a caçada, acasalamento, funerais, agradecimento aos deuses), então a troca de olhares, os movimentos tornam-se mais decididos, aa proximação...o corpo no corpo, mão no rosto e no corpo...e por fim um beijo. Perceberam que nem foram trocadas palavras? Quem vai na balada ou festa sabe disso. Raras vezes é necessário uma conversação. Mas porque isso? Algumas pessoas chamam de libertinagem, mas existe outra verdade por trás. Esse ritual de aproximação e de conquista é um jeito muito elaborado que dispensa palavras. Os movimentos e os olhares demonstram as intenções, aprovação ou rejeição de forma explícita e compreensível. Todo os “participantes” do ritual entendem a linguagem corporal e a usam nesse diálogo silencioso. As roupas que as “gatinhas” usam (justas,decotadas, provocantes) e que os “manos” usam (mais social ou jovial) são indumentárias comparáveis às utilizadas alguns mil anos atrás pelos praticantes de rituais religiosos. Roupagens especiais eram utilizadas sobre o corpo para que os deuses e demais participantes e expectadores do ritual pudessem encorporar melhor o rito e o compreendessem. Com essa roupagem, shaman, gatinhas e manos encorporam algo maior do que si mesmos, e adotam uma linguagem ritual e explícita, porém silenciosa.
Então, caros leitores, caros gatinhas e manos....saibam agora que o que vocês fazem na festa não é tão original, já que faz parte da reelaboração de rituais configuradas há quase 30 mil anos. Qual a diferença? As gatinhas estão (graças a deus!) muito mais gatinhase bem menos peludas que suas ancestrais primitivas. Já nós homens....bem, ao menos não cheiramos tão mal quanto nossos ancestrais das cavernas.

E os esportes? Bem, os esportes, antigamente, não eram realizados por mera diversão. A “batalha” esportiva era uma demonstração aos deuses das habilidades, força e determinaçãos dos competidores envolvidos. Os gritos dos “torcedores” eram louvores e gritos aos deuses que também assistiam. É sabido também que os vencedores de tais partidas eram sacrificados como oferenda aos deuses, como se dissessem: “aqui lhes enviamos nossos melhores e mais bravos competidores como oferenda do que possuimos de melhor, em troca de favores e proteção para toda a tribo/aldeia”. Hoje em dia não sacrificamos Ronaldinhos nem Michael Jordans. Ao invés disso, preenchemos suas contas bancárias com milhões, colecionamos fotos, entrevistas, videos, camisetas, tênis e outros produtos a eles relacionamos. Uma incorporação da persona referida, e ofertas de oferendas. È visivel o paralelo, não?
Além disso, sabemos que muitos esportistas, artistas e músicos possuem seus próprios ritos antes, durante ou depois de seus jogos ou shows. Michael Jordan admitiu que usava seu calção de time da faculdade por debaixo do shorts do Chicago Bulls. Muitos jogadores de futebol do Brasil se abraçam coletivamente e rezão quando alcançam uma vitória. Muitos músicos dão as mãos e se ajoelham perante ao público em agradecimento à energia que lhes demonstram durante um show.

Bem, se eu fosse dar mais exemplos que me vêem à cabeça, seria mais fácil escrever um livro.

Falei, lá em cima, sobre “manias”. Mas porque “manias”? Ora, manias são alguns “tiques”, ações que precisamos repetir “religiosamente” antes de fazermos certas coisas. Fazer sinal da cruz quando passamos em frente à uma igreja é um exemplo bastante comum e conhecido. Mas cada pessoa tem a sua mania. Cada pessoa precisa, em certas ocasiões, preparar-se de algum modo antes de fazer certas coisas. Preparação psicológica, espiritual ou ação pra afastar a má sorte? Manias são tudo isso. São micro rituais pessoais de realização rápida e simples. O mero “fazer religiosamente” já aponta tudo. Mesmo não sendo direcionado a um deus específico, ou ao destino ou à boa sorte. São oferendas ou ações que realmente acreditamos precisar realizar em momento prévio a certos eventos. Isso nos dá força, auto-estima e paz de espírito. Bem, e esses não são exatamente todos os objetivos visualizados nos rituais milenares?
Então, será que estamos assim tão longe do neandertal, ou até mesmo seus ancestrais? Evoluímos, pensamos, descobrimos e criamos...mas (e dou graças aqui, novamente!) jamais deixamos de ser criativos, fantasiosos, imaginativos e sonhadores.
Seria interessante que os que comentassem aqui nesse post relatassem algumas de suas manias proóprias, ou manias de conhecidos. Pode ser engraçado, divertido e elucidativo.
OBS: Aos que realmente não conseguem compreender ou realizar os rituais da balada, lembrem-se que seus ancestrais igualmente timidos ou inaptos tinham uma ótima solução: a clava!

Abraço!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Anonimato

Hoje dei um "passeio" no centro denovo. Digo "passeio" pq raramente alguém vai lá de livre e espontânea vontade. Primeiro um rápido pulo na rodoviária, depois uma pernada na Rua da Praia. Com os camelôs retirados das ruas e calçadas, deu pra caminhar bem tranquilo...só que a quantidade de gente por lá também parece ter aumentado. Mas tudo bem, agora o fluxo de gente é continuo...sem encontrões, tropeções, esbarradas e sem pisotear a "mercadoria" dos ambulantes.
Hoje eu tô com a cabeça bem leve, bem despreocupado. Caminhei no meu trote normal (que muitos chamam de corrida, mas é o meu jeito, eu caminho rápido...desculpe) com as mãos livres (sem sacolas, wohooo!!!) e até sorria.

*obs: sorrir no centro de POA é fenômeno comparado ao alinhamento de planetas, algo raro e sinistro, dito possível acordar criaturas antigas como Cthullu e Shub´niggurath.

Vi tantos rostos hoje cedo. Com o meu humor mais leve eu tive tempo e oportunidade para olhar os rostos (ok, não apenas os rostos...tb não sou santo!). Sabe, esses dias eu tava pensando em certas coisas...viajando, pra dizer a verdade...em livros, em histórias.
Cada livro é feito de um evento fantástico. Seja real ou ficticio, o evento é sempre fantástico, envolve personagens que são, de um jeito ou de outro, cativantes, enigmáticos, envolventes, e o desenrolar da história é sempre eufórico.
Ninguém escreveria um livro sobre o cotidiano, com personagens anônimos. Sabe pq? Pq ninguém leria. O que seria atraente no dia-a-dia de pessoas comuns, como eu e tu, vivendo momentos mundanos e realizando atividades corriqueiras?

*obs: não vale falar de BBB Aquilo vai contra as leis da probabilidade e bom-senso.

Tantos rostos anônimos que percebi hoje, tantos olhares: preocupados, irritados, vazios e até felizes. Gente de bermuda, de terno e gravata....centenas e centenas de pessoas. Centenas de histórias, de sonhos, anseios, desapontamentos. Centenas de biografias não escritas e jamais lidas. Incógnitas, invisíveis e anônimas.
Culpa nossa, não? Em nossos dias, a coisa que mais fazemos é desviar das pessoas. No centro, no shopping, faculdade, trabalho...nos caminhos da vida. Contornamos esquinas pra não nos depararmos com rostos desconhecidos, ou pior, até conhecidos. Evitamos que trocar uma idéia, um pensamento, um cumprimento sequer. Nos escondemos da multidão dentro dela própria. Nos camuflamos em meio às faces diversas que ao invés de adicionarem as nossas vidas, apenas servem para fugirmos de uma civilização...civilização essa que batalhamos todos os dias para pertencer.
Não é meio estranho? Toda nossa vida, sonharmos em ser alguém...mas todos os dias, fingimos ser ninguém.

Eu sei que é impossível, mas queria poder caminhar nas ruas e saber oq eu alguns sentem, pensam, sonham...compartilhar de sentimentos e temores. Talvez eu ache algo em comum, talvez eu ache coisas horríveis. Mas, independente do resultado, somos todos humanos. Animais perdidos numa selva de concreto e silício. Mas ao invés de andarmos em manadas, vivemos e caçamos sozinhos...aumentado todas as dificuldades que existem nessa trilha.
Se cumprimentássemos com um simples “bom dia” algum desconhecido ou alguém que raramente vemos, as coisas seriam mais agradáveis, mais fáceis. Não seria uma revolução social, mas uma evolução...aos poucos, mas sempre pra frente.
Mas não. Fazemos o contrário. Cara séria, fechada e sem piscar. Caminhando reto e sem parar. Sem dizer nada. Se ouvimos um “olá” ou “por favor”, cara braba e sobrancelhas juntas...algo medonho pra afugentar o “intruso”.
Quantas amizades e amores não deixaram de acontecer por causa disso?
Quantas histórias não foram perdidas e esquecidas? Quantos sonhos não foram abandonados? Quantos sorrisos não morrem antes de nascer?
Quanto tempo vai demorar pra nos tocarmos de que isso ta errado?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sexta-Feira 13

Séculos atrás, a Igreja Católica Romana (ou "centro de hipocrisia e falsidade") ganhou sua guerra contra os Templários. Agora, esqueçam o livro e filme do Código Da Vinci. Nada de especulações e roteiros cheios de drama (embora a estória possa realmente ter sido história). Vejamos os fatos. Esses fatos eu tirei do livro do historiador Piers Paul Read, que estudou por décadas documentos, livros, lugares...e levantou o véu que cubria muita coisa.
Os Templários começaram como um ordem simples e pobre. Guerreiros se alistavam apra lutar nas Cruzadas, financiados pela Igreja. A coisa cresceu, eles ganharam poder (a medida que muitos nobres se alistavam e levavam consigo seu ouro, exércitos, montarias, armas e muitos bens), construiram fortes, castelos, cidades...
Mas não foi só isso. Os Templários tinham uma função especial: delimitar a linha fronteiriça entre territórios católico e muçulmano. Faziam um paredão com suas forças, ou seja, viviam colados no inimigo.
E o que acontece nessa convivencia direta e constante com o inimigo? Guerra aberta e banho de sangue? Em geral, sim. Mas não nesse caso. O império muçulmano era mais desenvolvido que o ocidental, mais culto. Livros, poemas, frutas, comidas, certos hábitos de disciplina, tecidos para roupas, obejtos de arte...muito de nossa cultura de hoje advém desse convivio dos templários com o "inimigo" séculos atrás. Ou vocês acham que o hábito de banho diário e uso de sabonete caiu do céu no colinho de vocês?
Então, Templários ricos, poderosos e amigos dos muçulmanos...(sim, houve muito contato amigável e muita troca de cultura) o que será que a Igreja fez? Fez a cabeça de todos os imbecilzinhos na Europa e levantaram guerra contra os "traidores". O ataque veio de surpresa e, em menor número, após certo tempo, os templários foram derrotados e queimados vivos.
E o último Grão-Mestre dos Templários (o grande general deles), ao ver seu corpo envolto em chamas na fogueira, gritou a plenos pulmões que, por essa traição (verdadeira traição) e blasfêmia, aquele dia seria amaldiçoado para sempre.
E era uma sexta-feira. Dia 13. Esqueci o mês, mas março se não estou enganado (posso estar enganado, sim).
Mas a Igreja fez o contrário. Celebrou o dia como um dia de libertação das forças tiranas e impuras dos templários. um dia da celebração da fé (cega e estúpida) e do derramamento de sangue dos infiéis. Essa versão prosperou por um tempo.
Então o tempo passou, como sempre faz. Dia após dia, e os dias viraram anos, que viraram séculos...e assim foi.
E hoje, pouca gente lembra. Muitos esqueceram da tirania, traição, guerra (estúpida) de fés e deuses que, detão benevolentes, deixam seus filhos se mutilarem em sua glória.
E as versõessobre a origem da fama do dia foi mudando. Impérios se ergueram e caíram, alguns foram esquecidos até por seus descendentes. Culturas se mesclaram, folclores se misturaram....e a verdade acabou sumindo.
Hollywood (ah, como nós te amamos! como precisamos de ti!) trouxe o dia de volta à fama com seus filmes. Inclusive aquele "pavoroso" do Jason-da-máscara. Acho que o Fred-da-mão-com-facas (primo do Edward mãos de tesoura? possibilidades....) também tem algo a ver.
Maldições, profecias, mortos-vivos (com ou sem Michael Jackson? o que te assusta mais? responde Billy Jean!), fantasmas e muitas coisas mirabolantes...tudo pra assustar, divertir. Faz parte da nossa cultura.
Acho que as palaras do Grão-Mestre foram fortes. Após séculos passarem e as culturas se fundirem, foi a sua versão que prevaleceu. Não se celebra a fé nesse dia. Nesse dia, lembramos do maligno, do cruel, do vil. Nesse dia, talvez por superstição, talvez por outro motivo, existe um pedacinho de nós, mesmo que infimo, que sente medo.
Pena que poucos lembram a origem desse mal.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

...pra pensar um pouco.

No princípio dos tempos, reuniram-se vários demônios para fazer uma travessura. Um deles disse:

- "Devemos tirar algo dos humanos, mas, o quê?".


Após muito pensar um disse:

- "Já sei, vamos tirar-lhes a felicidade, mas o problema vai ser onde escondê-la para que não encontrem-na."

Propôs o primeiro:

- "Vamos escondê-la no cume do monte mais alto do mundo."

Ao que imediatamente repôs outro:

- "Não, isso não vai dar certo... alguém pode subir e encontrá-la."

Depois propôs outro:

- "Então vamos escondê-la no fundo do mar."

E outro contestou:

- "Não, lembre que eles são muito curiosos, logo alguém construirá algum aparelho para mergulhar e vão acabar encontrando."

Um outro disse:

- "Escondamos em um planeta longínquo da Terra."

E disseram-lhe:

- "Não, lembre que eles são inteligentes, algum dia alguém vai construir uma nave na qual possa viajar a outros planetas e a vai descobrir, e então todos terão a felicidade."

O último deles era um demônio que tinha permanecido em silêncio escutando atenciosamente cada uma das propostas dos demais. Analisou cada uma delas e então disse:

- "Creio saber onde pôr para que realmente nunca a encontrem."

Todos se voltaram assombrados e surpresos perguntando ao mesmo tempo:

- "Oh... onde... onde?"

O demônio respondeu:

- "Vamos escondê-la dentro deles mesmos, estarão tão ocupados buscando a por aí a fora, que nunca a encontrarão."

Todos concordoram e desde então tem sido assim:

"O humano passa a vida inteira buscando a felicidade sem saber que a traz consigo."

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Não adiantou nada!

Os camelôs (vendedores ambulantes) são um gande problema na minha cidade. O centro é formado de ruas largas, onde não passam carros e os pedestres podem caminhar livremente. Só em algumas ruas, mais estreitas, é que os carros e lotações circulam. seria tudo muito bom, não fossem os camelôs.
Nas avenidas largas, eles fazem uma fileira enorme bem no meio da rua, expondo no chão mesmo os produtos. Alguns levam cabides, araras, banquinhas...é tudo grande, espalhafatoso, eles gritam pra anunciar os produtos, te puxam pelo braço...ocupa muito lugar, e piora quando as pessoas param pra olhar os produtos. A rua, que era larga e espaçosa, vira quase um cubiculo. Os camelôs se adonam do espaço, os pedestres ficam sem onde caminhar...e tu ainda corre o risco de levar um xingão, caso pise num das tranqueiras que eles vendem.
E então, o prefeito resolveu fazer alguma coisa (aleluia, pq ele não fazia nada!) e foi uma jogada de mestre, pois lhe rendeu a reeleição (pq ele sabe que o povo é burro!): mandou construir o camelódromo.
Agora, após inaugurado, o camelódromo está um pouco mais afastado do "burburinho" central. Uma construção de alguns andares, onde os camelôs tem seu espaço. Lá só vai quem realmente quer ver os produtos. Não ocupa o lugar de ninguém, e não há confusões. E no nível da rua, está o antigo terminal de ônibus...agora coberto.
Funcionou pra todo mundo.
Fui hoje no centro, pela primeira vez após a inauguração do camelódromo, e vi o espaço vazio deixado pelos camelôs. Eu fiquei chocado! Eu NUNCA tinha visto a cor do chão naquele lugar. Sério mesmo! E no Largo Grêmio Perez, nossa!...chegava a ser bonito de ver! Todo mundo caminhando tranquilo, sem se bater, sem ter que ir pro meio das ruas onde passam carros só pra desviar dos ...cofcof...mostruários de quinquilharias.
E então, como um castelo de cartas, minha felicidade veio abaixo. Fiquei sabendo que nesse belo espaço livre, será feito um estacionamento.
Genial! Brilhante!...não fosse o fato de ser uma estupidez crítica!
Quer dizer então que, onde não passava carro, terá um grande fluxo de veículos, provavelmente flanelinhas em volta, e eventuais acidentes. Mas o pior é o barulho e mais poluição.
Não quero ser um cidadão chato e lamurioso, que nem um velho reclamão...mas pô, tem cabimento isso? Existem muito estacionamento a preços até razoáveis no centro. E ficam em locais afastados da movimentação de pedestres. Precisa colocar mais um bem ali no coração da multidão? E perto dos ônibus e ruas estreitas?
Cara, isso não vai dar certo!
Não adiantou nada!
Quem mora em Porto Alegre/RS me entende.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Adaptando (pros inaptos?)...[aviso: texto muito longo]

E já saiu, lá nos EUA,o filme Coraline.
Coraline é um livro do autor inglês Neil Gaiman. O Gaiman ficou (absurdamente) famoso (e com razão!) sendo o criador e escritor da série de HQ Sandman. (lembra da onda de góticos que teve uns anos atrás, as gurias pálidas, vestidas de preto com um ankh prateado no pescoço?...liga os pontos.) Além de Sandman, ele escreveu Belas Maldições, Deuses Americanos, Dream Hunters, Stardust e várias coletâneas de contos e outros livros.
Ah, foi ele um dos responsáveis pelo filme BEOWULF...que tu provavelmente viu, mas não entendeu muito além da parte "vikings fortes lutando contra o filho monstrengo da gostosona".
Stardust (O mistério da esterla) passou em 2008, se não me engano. Filme com Robert de Niro, Michelle Pfeifer e aquela guria loira do Terminator 3. Foi um horror! Pegaram a história do livro e molestaram ela até terem algo terrivel e irreconhecivel em mãos. Então, pegaram atores de nome grande e tocaram lá no meio com personagens ridiculos e sem nenhuma ligação com os originais do livro.
Mas daí vem algum infeliz e diz: "mas é adaptação, não cópia". E depois de um espasmo homicida, eu respondo que adaptações DEVEM um minimo de fidelidade com a obra original, e muita fidelidade com quem já se deu o trabalho de ler o livro.
Eu saí do cinema ofendido após ver Stardust.
O próprio Neil Gaiman já admitiu seu arrependimento.
Muita gente gostou. Claro, não leram o livro. E 90% eles AINDA não sabem que existe um livro "envolvido e perdido" na história.
Afff...
Agora saiu Coraline lá nos países de primeiro mundo (onde a crise financeira mundial se originou, se alastrou e onde teve maior número de vitimas). E o Gaiman se diz satisfeito.
Coraline é um livro ambíguo. E isso é (além de muito dificil de fazer) muito interessante.
Se uma criança o ler, lerá um livro de criança. Se uma pessoa mais velha (SUPOSTAMENTE com maior capacidade de interpretação) o ler, lerá um livro de suspense e horror intimo.
Complicado? Sim. Funciona? Aham.
E fizeram o filme. Obviamente ainda não vi. Mas DIZEM que a fórmula funcionou igual.
O filme é em stop-motion por CGI, então pegaram gente famosa pra fazer as vozes. Tem aquela guriazinha loira que aparecia em tudo que é filme de alien e de suspense, a Dakota Flem-blebleble. Eu, particularmente, não gosto dela. Não vejo graça. Mas DIZEM que ficou bom o filme.
Agora tô no aguardo pra ver com meus próprios olhos...e julgar de acordo com o livro. Recomendo o livro se tu tiver tempo pra ler algo light e bacana.
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Agora, adaptações. Sejamos sinceros, de todas as muitas adaptações que a gente viu Hollywood vomitar nos últimos 10 anos, quantas coisas prestaram? Adaptações de livros, hq, jogos de video-game/pc. Bem, Uwo Boll fez Bloodprayne e Alone in the Dark...duas das maiores catástrofes que já ocorreram. A liga Extraordinária, baseada nas HQs do Alan Moore, foi uma coisa terrível! Sean Connery se aposentou forçosamente, creio eu, depois daquilo. Alan Morre chegou a mandar os diretores e escritores do filme se fuderem quando lhe convidaram para participaram da elaboração do filme.
Mas não se assustem...tem coisa pior vindo ai.
Spiderman, X-Men, Batman, Superman.... tá, essas se salvam (exceto Spiderman 3, X-Men 3 e, pra alguns, Superman). Pelos bons roteiros, boa direção, atuações convincentes e tudo bem feito.
Mas meia dúzia de filmes não salva um exército, né?
O que será que nos aguarda com Watchmen (também de Alan Moore) e Coraline (Neil Gaiman)?!?!
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E afinal, qual é a dessas de adaptações, hein?
Eeu costumava achar que elas vinham do amor que alguém tinha pela obra original, seja livro, hq, jogo, sei lá. E esse amor pela obra e admiração pelo autor faziam com que o diretor/escritor elaborasse todo o filme e mostrasse para o mundo a estória e os personagens em outras cores, com mais vida. Um tributo! Uma homenagem! Um ato de compartilhar uma visão com demais fãs!
Queria saber quando foi que isso mudou.
Isso tudo virou (digo "virou" pq agora é descaradamente o objetivo principal) um ato puramente comercial. E um ato emburrecedor!
Eu disse que 90% não sabia mque Stardust era um livro. E aposto que 99% não sabiam que Beowulf é um dos poemas de guerra mais antigos do mundo, com cerca de 1000 anos...e que seu original nem em inglês era!
Hoje em dia ninguém lê mais nada. Nem o que é obrigatório. Nem bula de remédio, eu acho! Só coisas no Terra sobre BBB, novela, orkut e sei lá o que! E não, não tô falando só das mulheres.
Quando tem feira do livro aqui em POA, a cidade toda vai lá. Não sei porquê, pois os livros comprados raramente são lidos. Exceto os "best sellers" do momento. E olhe lá. E pelo amor de Odin! "Livro de Receitas" e "Anonymous Gourmet" NÃO são livros!
Então, o que anda acontecendo? Simples. A nossa geração pegou a internet (rede mundial de informação) e a transformou num grande portal de burrice! Temos todos os instrumentos do mundo pra sermos mais evoluídos do nossos pais e avós foram. Mas não, somos mais preguiçosos e burros. O fato de termos tudo na ponta dos dedos (pra digitar e clicar no mouse) nos fez preguiçosos.
Se esse texto fosse em um jornal, tu não estaria lendo. Mas é um blog, então tu vai ler até o fim!
As pessoas não abrem mais um livro sequer (ok ok, alguns ainda lêem, e muito! mas são as exceções). Se não fosse cinema e tv, grande maioria do pessoal nem saberia das grandes obras que existem por ai.
Agora, evidente que tem muita coisa que eu sei que tô perdendo. Ótimos livros e demais formas de arte, expressão e conhecimento. Mas eu me mexo e vou atrás de pelo menos um pouco. A massa da população, senta quietinha e espera o filme cair no colinho.
Mas o que é pior, mesmo depois de sair o filme, e mesmo depois de saberem que filme X foi baseado/adaptado do livro X, quanse ninguém procura o maldito livro X pra ler. "Ah, mas eu já sei a história e já sei o final." Mesmo? Já sabe a história? Quer dizer que o diretor conseguiu a façanha de em pouco mais de 2 horas contar TODA a história de um livro de 350 páginas ou mais? E tu (que se recusa a abrir um livro, o que coloca teu intelecto em questão) conseguiu entender tudo? Nossa! Realmente, eu estou equivocado. Não precisamos mais de livros.
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Não, não sou uma fonte de cultura. Nem um sábio senhor sentado no alto do monte. Nem um requintado playboy com tudo à minha disposição.
Sou um leitor. Sou um estudante (azar que eu me formei! Quem pára de estudar morre cerebralmente!). E sou um fã! E me vejo triplamente ofendido e indignado com essa avalanche de ignorância e preguiça!
E sei que não sou só eu!
E se tu leu esse artigo até o fim, é bem provável que tu compartilhe da minha opinião.

Sem tempo pra ficar sem fazer nada...

É meio estranho...
Tem dias que damos uma de "vagal", queremos fazer alguma coisa agradável, ou até necessária, mas não conseguimos nem mover o dedinho. Não que o dedinho vá ajduar em alguma coisa, né. Mas quanto menos coisa a gente tem pra fazer, menos a gente faz...só dá preguiça!
E o que acontece? A gente vai deixando, deixando...e deixa...não fazemos nada! E tudo vem acumulando pra outro dia, pro final do prazo, pro limite...dai sim, tem um milhão de coisas pra fazer e pouquissimo tempo.
Mas na verdade o tempo é o mesmo, bicho...24h pra cada dia. O lance é como a gente utiliza esse tempo, se é que utilizamos.
Então, olha a mágica: todas as tarefas acumuladas, tempo apertado, tensão comendo o cérebro, dentes comendo as unhas...e conseguimos fazer tudo o que precisa. Aliii...no limite do prazo e da sanidade, mas conseguimos.
Então vem o alívio.
E a preguiça.
E dai...não fazemos mais nada!